Sequenciamento do genoma de duas espécies de abelhas

Foi realizado o sequenciamento genético de duas outras espécies de abelhas do genêro Bombus (que estão desaparecendo mundialmente), que são:

  • Bombus impatiens (comum nos Estados Unidos)
  • Bombus terrestres (comum na Europa)

O primeiro sequenciamento completo do genoma de uma espécie de abelha (Apis mellifera) foi realizado em 2006 (mais informações em http://agencia.fapesp.br/abelha_tem_genoma_sequenciado/6268/).

As abelhas são muito importantes para a agricultura e para o meio-ambiente, porém existe um declínio das populações de abelhas em vários países que poderia ser causado por pesticidas, doenças, parasitas ou mudanças climáticas.

http://www.tnsustentavel.com.br/noticia/12191/cientistas-procuram-por-abelha-invasora-na-america-do-sul

O estudo atual envolveu diversos centros em 16 países: Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Bélgica, China, Dinamarca, Espanha, Grécia, Inglaterra, Irlanda, Israel, Japão, Noruega, Nova Zelândia e Suíça e o Brasil.

Os resultados foram publicados na revista Genome Biology “The genomes of two key bumblebee species with primitive eusocial organization” (http://www.genomebiology.com/2015/16/1/76).

Mais informações em:
http://agencia.fapesp.br/sequenciamento_de_genomas_de_abelhas_do_genero_bombus_favorece_a_preservacao/21312/

Sequenciamento do genoma de embriões (sugestão de leitura)

Título original do texto: GENOMA AO NASCER: QUEM QUER SABER?

Autor: Herton Escobar

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/herton-escobar/genoma-ao-nascer-quem-quer-saber/

Um texto super interessante sobre ética, testes genéticos, genômica personalizada, detecção de anomalias genéticas e cromossômicas em embriões in vitro e sequenciamento não invasivo do genoma fetal. 

É possível fazer análises genéticas e cromossômicas de células embrionárias. O teste, conhecido como diagnóstico genético pré-implantacional, tem o objetivo de selecionar embriões em clínicas de fertilidade, especialmente nos casos em que há mutações hereditárias conhecidas na família. Porém, ninguém ainda conseguiu sequenciar o genoma completo de um embrião sem destruí-lo, porque a quantidade de DNA que se obtém de poucas células é muito pequena. É possível sequenciar, mas com muitos erros.

Uma das principais preocupações éticas relacionadas ao sequenciamento do genoma de embriões é que isso conduza a um aumento do número de abortos ou  a um aumento das restrições ao aborto. Isso porque, ao tornar o diagnóstico de doenças genéticas mais precoce, o sequenciamento daria às mulheres mais tempo e motivos para decidir por um aborto.

Outra sugestão: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,no-embriao-falta-pouco-para-o-genoma-completo-,964834,0.htm

Aumento do número de genomas sequenciados

Segundo uma reportagem da Folha de São Paulo do dia 28 de outubro (Mais: http://bit.ly/cnFZx6) até o fim de 2011 o mundo vai ter no mínimo 30 mil genomas sequenciados. No ano passado, havia menos de dez genomas humanos mapeados. Este aumento de velocidade é devido aos novos sequenciadores (que mapeiam genomas maiores em menor tempo e custo) e aos computadores mais cada vez mais potentes e rápidos. Os computadores são fundamentais, pois depois que é feito o mapeamento por estes sequenciadores, estas informações precisam ser “lidas” e ordenadas por programas computacionais, e um genoma inteiro mapeado gera muita informação.

A estimativa foi feita pela revista científica “Nature”, que ouviu mais de 90 centros de pesquisa genômica do mundo. Só até o fim deste mês, a conta deve chegar a 2.700 genomas. “O preço está cada vez mais baixo, de fato. Com US$ 5.000, US$ 4.000 você já consegue sequenciar um genoma. Diz Sandro José de Souza, biólogo do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer.

Em uma outra reportagem do dia 14 de outubro, um dos grandes líderes da pesquisa com genoma humano no mundo, Eric Green, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (EUA), em visita ao Brasil, explicou que após dez anos do sequenciamento ser apresentado, ele reconhece que analisar os dados levantados e relacionar determinados genes a determinadas doenças se mostrou algo difícil de ser feito.

“Muitos de nós pensamos que rapidamente entenderíamos como o genoma se relacionava com as doenças, e que muito rapidamente isso mudaria toda a medicina”, disse ele. “Agora percebemos que há muito mais passos no caminho e que eles vão exigir muito trabalho. O que nós fizemos de maneira ingênua foi talvez prometer que avanços médicos viriam rápido.”

Eu concordo com o cientista, eu acho que mapear um genoma é só um primeiro passo, pois para entender a(s) função(ões) dos genes, as interações entre eles e mutações é muito mais complexo e demorado. Mapear é importante, mas é apenas o começo de uma série de outras pesquisas que devem ser feitas para o entendimento completo do genoma. E agora com o aumento do número de genomas mapeados, muito mais informações serão geradas, o problema é interpretar e compreender tudo isso.

É como se descobrissem uma biblioteca imensa com inúmeros documentos numa língua desconhecida, você tem os documentos, mas não sabe ainda o que significa e para que serve toda aquela informação. Mas só para deixar claro:  já se sabe a função de alguns genes, mas não todos, e não basta saber suas funções, outros mecanismos complexos influenciam uma doença, por exemplo. Mas isso fica para outro post!